Foi nas margens do lago de Genezaré nas montanhas que o rodeiam que o divino Mestre ensinou ás multidões a nova religião.
O lago de Genezaré é sujeito, ainda hoje, como nos tempos de Jesus, a freqüentes tempestades. Ainda se encontra nele um peixe, chamado «Peixe de S. Pedro), em memória da pagina do Evangelho, que nos refere como S. Pedro achou num peixe desse lago o dinheiro para pagar o tributo a Cesar.
No tempo de Jesus Cristo a Palestina era composta de quatro províncias: Galileia, Samaria, Judéa e Perea. Essas quatro provincias formaram um reino, que passou ao domínio dos romanos, 63 anos antes de Cristo.
Além destas quatro províncias, deve-se mencionar a Decápode, confederação
de dez cidades, nas quais dominara a influencia grega, e 33 cidades gregas, cidades livres, formadas de elementos gentios, em que predominaram os gregos. Na Galiléia está Cafarnaúm, onde Jesus tantas vezes pregou e fez sua principal residência; a cidade de Bethsaida, pátria de S. Pedro, Magdala, pátria de Santa Maria Magdalena; a pequena cidade de Nazareth, onde Jesus se conservou até ao inicio de sua missão apostólica, e Cana, onde realizou o seu primeiro milagre.
A Samaria era a província em que havia menos judeus, sendo seus habitantes principalmente samaritanos (indígenas) e pagãos. Professavam os samaritanos a religião de Israel, mas os judeus emigrados não os quiseram reconhecer como fazendo parte do povo de Deus, e excluíram a Samaria da Terra Santa.
A Judéa tinha esse nome por ser formada peio antigo reino de Judá. Os seus habitantes chamavam-se judeus, designação que, mais tarde, se estendeu a todos os filhos de Israel. Entre as cidades e aldeias principais estão: Belém, onde nasceu Jesus; Hebron, onde estão os túmulos dos patriarcas; Bethania e Bathphagé, celebradas pelos evangelistas.
A Peréa fica além do Jordão, que é a tradução da palavra Peréa. As cidades mais celebres, na Vida de Jesus, são: Nazareth. Era uma pequena cidade da Galiléa. onde nasceram a Virgem Maria e S. José. Ai passou Jesus até aos trinta anos, começo de sua pregação. Atualmente, conta uns trinta mil habitantes, quase todos catolicos. O convento dos Franciscanos, no interior do qual está a Igreja da Anunciação, é o melhor monumento da cidade. Esta Igreja foi construída no local onde estava edificada a casa da Virgem Maria. Sob o coro, no lugar exato dessa casa, existe uma capela subterrânea, na qual está um altar continuamente alumiado por muitas lâmpadas. Sobre o mármore branco de que é feito, lê-se: Hic verbum caro factum est. Foi aqui que o Verbo se fez carne.
Foi, com efeito, ali, segundo uma antiga tradição, que o Anjo Gabriel apareceu á Santíssima Virgem. Perto dessa Igreja fica uma fonte publica, a que chamam: «Fonte de Maria», porque, segundo a tradição, a Virgem ia ou mandava seu divino Filho buscar água a essa fonte.
Belém. Era uma das menores cidades da Judéia. Hoje conta uns nove mil habitantes, metade católicos. Foi nessa cidade, numa gruta, que nasceu Jesus Cristo. Sobre essa gruta mandou Santa Helena construir a basílica da Natividade, uma das mais belas do Oriente.
Belém de Judá foi a pátria de David, onde em pequeno guardou os rebanhos de seu pai. Foi ali que Samuel, enviado por Deus, veio derramar o óleo santo na cabeça de Saul, sagrando-o rei de Israel. Ali nasceram Isaias, Jessé, Booz, Mathan e Jacob, seu filho, pai do glorioso S. José, e Mathias, o apostolo. E ali, no campo de Booz, no fundo da cidade, é que se passou a encantadora historia da formosa Ruth. Foi predita pelo profeta Micheas para berço do Redentor.De cada lado do altar-mór parte uma escada, que conduz á gruta do nascimento. Esta gruta mede cerca de 12 m de comprimento, por 4m de largura e 3m de altura. E' neste lugar que está o altar da Natividade.
O lugar onde nasceu o Redentor é indicado por uma placa com a seguinte inscrição: Hic de Virgine Maria Jesus Christus natus est. «Foi aqui que Jesus Christo nasceu da Virgem Maria».
S. Paulo assim saudou Belém: «Eu te saúdo, Belém, casa do pão, onde nasceu o pão que desceu dos céus».
Capharnaum. Era uma cidade muito importante no tempo de Cristo, que muitas vezes ali pregou, tanto na sinagoga, como fora dela, e fez muitos milagres, e nela se inscreveu, fazendo dela seu domicilio. De sua existência só restam hoje vestígios.
Tiberiades. Era muito celebre no tempo de Jesus Cristo. De todos estes lugares não restam senão ruínas. Foi na Palestina, á vista do Jordão e do Mar Morto, tendo em frente as montanhas agrestes da Judéa, que Tomaz Ribeiro compôs a Judia, em que diz:
Fui e visitei o mapa imenso
Das montanhas da Judéia,
Ai, pátria da raça hebréia,
Ai, desditosa Sião!
Que extensos montes sem relva,
Que paragens sem conforto,
Onde se estende o Mar Morto
E onde serpeia o Jordão!
Jerusalém. E' considerada pelos judeus como a cidade santa, e também pelos cristãos, porque, junto de seus muros, foi crucificado Jesus. A palavra Jerusalém vem do hebraico, e quer dizer: cidade da paz. Está situada na Palestina, a 190 metros de altitude, e assenta sobre um planalto cortado pelos vales do Cedron e do Hermon.
O Monte Moriah, sobre o qual se erguia o Templo, fica a leste da cidade; os montes Acra e Sião, a oeste. A antiga cidade estava assente sobre estes três montes, rodeada de poderosos muros. Ao norte do monte Moriah, sobre um rochedo de 24 metros de altura, elevava-se a fortaleza Antónia, onde residia a guarnição romana. A cidade antiga não media mais do que um quilometro na sua maior largura, e poderia ter uns 200.000 habitantes, no tempo de Jesus. Nas primeiras festas do ano, o numero dos habitantes aumentava consideravelmente, por causa da concorrência dos forasteiros judeus, vindos não só da Palestina, mas também de países longínquos, para a sua celebração.
Tem Jerusalém vários monumentos religiosos, que são sempre visitados pelos peregrinos devotos.O principal é o Santo Sepulcro. A atual Basílica do Santo Sepulcro é do tempo das Cruzadas. A primitiva, mandada construir por Santa Helena, tinha sido destruída. Abrange esta Basílica o Sepulcro, onde Jesus foi sepultado, e o Calvário, onde foi crucificado; sendo, portanto, pequena a distancia do Calvário ao Sepulcro, e insignificante a diferença do nível.
A torrente de Cedron atravessa o vale do mesmo nome. Este vale que, mais adiante, toma o nome de vale de Josaphat, é designado pela tradição popular cristã como sendo o lugar do juízo final. Quem desce de Jerusalém e atravessa a torrente de Cedron, avista, na sua frente, uma montanha que domina a cidade: é o Monte das Oliveiras (818 metros). O monte das Oliveiras, o mais alto dos que circundam Jerusalém, apresenta três colinas, sendo na do meio, que é a mais alta, que Jesus Cristo operou sua gloriosa Ascensão e deixou impressos na rocha os vestígios de seus pés, como atestam S. Jerônimo, que Os contemplou, e outros Santos Padres. Já não existe senão o pé esquerdo, porque os turcos tiraram o outro, no meado do século XVII.
O sagrado vestígio que subsiste tem o calcanhar voltado para o Sul e os dedos para o Norte, o que denota que Jesus Cristo, subindo ao céu, tinha como na Cruz, o rosto voltado para Roma, segundo observa Andrichoncio, na sua Geografia santa. Está hoje o sagrado vestígio cercado por um muro. Ao sopé deste monte, em frente dos muros, fica o Jardim de Gethsemani, com a gruta onde Jesus sofreu a agonia. Do alto do Monte das Oliveiras, descortina o peregrino um lindo panorama, de Jerusalém; ao lado fronteiro, está o «Dominus Flevit», nome do sitio em que Jesus chorou, sobre Jerusalém.
Mais acima, vê-se o local da Ascensão. Era fora dos muros de Jerusalém que os judeus lançavam as imundices da cidade.Para as destruir, alimentavam, num vale, perto da cidade, uma fogueira, acesa dia e noite; a esse vale chamavam «Gehenna» e também ao fogo que nele ardia. Jesus Cristo, que falava para ser compreendido por todos, varias vezes empregou este termo, comparando aquela fogueira com o inferno.
Com S. Bernardo digamos:
«Eu te saúdo, Cidade santa, tabernáculo que o Altíssimo santificou para salvar em ti e por ti o gênero humano!
Saúdo-te, Cidade do grande Rei, na qual, desde a origem do mundo e quase sem interrupção, resplandeceram inúmeros milagres!
Saúdo-te, Mestra das nações, Rainha das provindas, possessão dos patriarcas, Mãe dos profetas, instituidora da fé, glória do povo cristão !
Saúdo-te, terra prometida, que não fazias manar outrora rios de leite e de mel senão para teus habitantes, e que agora dás a todo o universo os remédios da salvação, o alimento da vida!
Terra boa, excelente, que recebeste em teu seio fecundo a semente celeste, nele depositada pelo coração de Deus, e que produziste tão rica seara de mártires — mártires que multiplicaste ao cêntuplo por toda a terra, de ti foram ditas coisas maravilhosas!»
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