São Pio X disse que muito aproveitava à Igreja “as seletas falanges de cató
licos [leigos], que pretendem congregar todas as suas forças vivas, com o fito visado de fazer guerra, por todos os
meios justos e legais, à civilização anticristã; (…) reintroduzir Cristo na família, na escola, na sociedade, restabelecer o princípio da autoridade humana como representante de Deus; (…) afanar-se por conseguir que as leis públicas se amoldem à justiça, se corrijam e proscrevam as que lhe são contrárias (…)” (1). Com isto, o santo papa pretendia esclarecer a existência de todo um campo de apostolado próprio aos leigos, nos quais eles, com suas palavras e exemplos, podem difundir o ideal de vida cristã.
Nos tempos de Pio XI, este pontífice promoveu uma grande campanha em prol da modéstia, e, mais de uma vez, condenou as modas indecentes que muitas mulheres católicas estavam adotando para si. Com o fim de fazer cessar esta des
ordem moral, Pio XI, por intermédio da Sagrada Congregação do Concílio, publicou um documento no dia 12 de janeiro de 1930, em que, além de exortar aos padres e bispos, assim como às religiosas encarregadas da educação das crianças à incentivar a modéstia, dava a seguinte diretriz:
“VII – Que, se estabeleçam e propaguem associações femininas que tenham por fim refrear, com seus conselhos, exemplos e ações, os abusos contrários à modéstia cristã no modo de se vestir, e se proponham a promover a pureza dos costumes e a modéstia nos trajes;” (2)
Pio XII, por sua vez, também diz qual é o papel deste apostolado leigo, e esclarece que não é preciso haver uma ‘missão’ explícita da Hierarquia para que este apostolado possa existir. Ele o diz do seguinte modo:
“A iniciativa individual tem aí a sua função ao lado de uma ação de conjunto organizada e conduzida por meio de diversas associações. Essa iniciativa do apostolado leigo justifica-se perfeitamente, mesmo sem ‘missão prévia explícita da Hierarquia.
“A mãe de família que se ocupa da formação religiosa de seus filhos, a mulher que se dá aos serviços de assistência caridosa, aquela que mostra uma fidelidade corajosa para salvaguardar a sua dignidade ou o clima moral do seu meio, exercem um apostolado verdadeiro.
“Claro é, todavia, que, mesmo então, nada se pode empreender oque vá contra a vontade explícita ou implícita da Igreja, ou seja contrário de algum modo às regras da Fé, da moral ou da disciplina eclesiástica” (3).
E, falando especificamente do apostolado de modéstia e do problema das modas atuais, o mesmo “Pio XII protestou (08 de novembro de 1957) contra ‘as tentativas frequentes de muitos contempôraneos de separar as atividades exteriores do homem do campo moral, como se os dois pertencessem a universos diferentes…‘, e lembrou aos católicos da ‘consistência que deve existir entre o que se professa e as práticas exteriores‘” (4).
E ainda, por ocasião da visita das Meninas da Ação Católica a Pio XII, o papa as felicitou pela “Grande Cruzada da Pureza” que elas estavam promovendo, dizendo: “Este ano vocês têm dado o primeiro lugar em seus projetos para a ‘grande cruzada da pureza’, a mesma pureza da qual a modéstia é a salvaguarda.”; e ainda: “Ajudar essas mulheres infelizes a reconhecer suas obrigações morais será o seu apostolado, a sua cruzada em todo o mundo: ‘Seja a vossa modéstia conhecida de todos os homens’” (5).
Nos nossos dias, o Conselho Pontíficio para a Família, no documento “Sexualidade Humana: Verdade e Significado” (8 de dezembro de 1995) disse que “a prática do pudor e da modéstia, no falar, no agir e no vestir, é muito importante para criar um clima apropriado à conservação da castidade, mas isto deve ser bem motivado pelo respeito do próprio corpo e da dignidade dos outros. Como já se mencionou, os pais devem vigiar a fim de que certas modas e certas atitudes imorais não violem a integridade da casa…” (6).
Eis aí, um recorte da Tradição perene da Igreja ensinando e exortando no que toca à modéstia. Vê-se então que o apostolado pela modéstia é algo muito desejado pela Igreja, sendo nosso dever atender aos apelos que a Nossa Santa Mãe nos fez e continua fazendo.
Além disto, qual é a importância do apostolado de modéstia?
Vimos na citação de Pio XII que fazer frente à desordem moral do ambiente em que vivemos constitui verdadeiro apostolado. Mas, costumamos insistir muito na modéstia do ponto de vista a favorecer a prática da castidade, sem levar em consideração outras questões importantes. Pio XII, que talvez tenha sido o papa que mais discorreu sobre este assunto, numa alocução de 10 de setembro de 1954 disse que“o vestuário expressa visivelmente e de um modo permanente a posição de uma pessoa. Isso varia de acordo com sexo, idade e função social. E mostra a ligação do indivíduo com certas classes sociais e dentro destes grupos, o que lhe confere um status especial” (7).
Vejamos que o papa dá ao vestuário um papel importante nas relações entre as pessoas, visto que é um dos elementos que teremos contato mais imediato ao nos aproximarmos de quem quer que seja. O vestuário, segundo diz o papa, deve marcar a diferença entre os sexos, e, portanto, combater a tendência igualitária de homens e mulheres se vestirem de modo cada vez mais parecido; deve distinguir as idades, dando respeitabilidade às pessoas mais velhas, e protegendo a inocência da infância, que não deve misturar-se ao mundo adulto; e deve ainda distinguir as diversas classes sociais, criando um ambiente que reflita a desigualdade equilibrada entre os diversos setores da sociedade – nas fotos, exemplo histórico de vestuários que corresponderam às diversas classes sociais.
Neste sentido, as vestes são tomadas como símbolos da ordem que Deus Nosso Senhor pôs no universo, dando também glória a Ele. “O vestuário branco de uma criança na manhã de sua Primeira Comunhão, o de uma jovem mulher no dia do seu matrimônio, não simbolizam o esplendor totalmente imaterial de uma alma que está oferecendo o melhor de si mesma?” (7)
(1) São Pio X, Il fermo Proposito
(2) Sagrada Congregação do Concílio, 12 de janeiro de 1930;
(3) Pio XII, Sobre o Apostolado da Mulher Católica, Documentos Pontifícios, nº 125, Vozes, Petrópolis, 1958, p. 20);
(4) Marian Therese Horvart, Sobre o uso de Calças por Mulheres – Uma Resposta. Tradução: Andréa Patrícia, no blog “Maria Rosa”;
(5) Pio XII, Alocução às meninas da Ação Católica, de 6 de outubro de 1940;
(6) Conselho Pontíficio para a Família, Sexualidade Humana: Verdade e Significado, de 8 de dezembro de 1995;
(7) Pio XII, Alocução aos Delegados do Sexto Congresso Internacional de Alta Costura, de 10 de setembro de 1954
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